“Robinho Caíres” volta a ser preso

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Desta feita, ele é acusado de atentado de morte em Itanhém

O ex-presidente da Câmara Municipal de Itanhém, Roberth Caíres Ribeiro, o “Robinho Caíres”, 48 anos, foi preso no final da tarde de quinta-feira (12/5), por força de um mandado de prisão preventiva decretado pelo juiz titular da comarca do município, Francisco Moleda de Godoi. A representação da prisão foi do titular da Polícia Civil no município de Itanhém, delegado Jorge Nascimento.
O pedido da prisão se deu depois da Polícia Civil descobrir evidências que o ex-presidente da Câmara, Roberth Caíres Ribeiro, estava ameaçando de morte um rapaz que há cerca de 30 dias sofreu um atentado no interior do município, na fazenda onde reside, quando os disparos terminaram acertando a sua tia duas vezes na cabeça, a qual, após uma intervenção cirúrgica, sobreviveu. O ex-vereador é acusado de ter sido o mandante do crime e, agora, é acusado, também, de ameaçar a vítima.
O ex-vereador teria encomendado o crime porque havia julgado que o rapaz teria sido a pessoa responsável por mandar a sua irmã ir embora para fora do Brasil. Esta moça teria um caso amoroso com o ex-vereador e a família não aceitava; além disso, a moça também estaria querendo se livrar do relacionamento e não conseguia e, então, optou por ir para o exterior. O ex-vereador teria deduzido que o rapaz havia patrocinado a viagem da irmã e, por isso, encomendou a sua morte, mas, durante a ação, o pistoleiro errou o alvo e alvejou com 2 tiros a tia que tentou defender o sobrinho.
Agora, conforme a Polícia Civil, ele estaria ameaçando o irmão da ex-namorada, inclusive, com intimidações de textos pelo celular mandando o rapaz providenciar com brevidade a volta da irmã, ou, o mataria.
A Polícia Civil teria conseguido subsídios suficientes para comprovar as ameaças e que ele teria sido o mandante do homicídio tentado. Então, o delegado pediu a prisão do ex-vereador e a Justiça decretou a sua preventiva.
Índole
Roberth Caíres Ribeiro, o “Robinho Caíres”, 48 anos, embora já tenha se envolvido em várias polêmicas e vai à prisão pela segunda vez, trata-se de um homem de boa relação com a sociedade regional e muito querido pela população de Itanhém. Filho de uma família tradicional e tendo ocupado o cargo de vereador por duas gestões no município, “Robinho Caíres” sempre se destacou pelo seu perfil servidor e prestativo com as causas da sua população, especialmente pela sua atenção com o povo mais pobre. E, ao mesmo tempo em que se trata de um homem manso e carinhoso com as pessoas, ele é dono de um temperamento muito forte e não possui histórico que já tenha fugido de alguma briga e é habituado a reagir às acusações e aos ataques sofridos.
Prisão anterior
No final da tarde de sexta-feira, do dia 21 de setembro de 2012, policiais militares prenderam Roberth Caíres Ribeiro cumprindo um mandado de prisão em seu desfavor, expedido pela então juíza substituta da Comarca de Itanhém, Andréa Gomes Fernandes Beraldi. Dois dias antes da prisão de Robinho, no dia 19 de setembro de 2012, o então juiz titular de Itanhém, Ricardo Costa e Silva, concedeu uma entrevista à imprensa declarando de público que ele e um oficial de justiça da comarca estavam sendo ameaçados de morte e acusou indiretamente a pessoa de Robinho Caíres.
Na época, o magistrado indeferiu o registro de candidatura do então vereador, nas eleições municipais de 2012, baseado na Lei da Ficha Limpa, na qual “Robinho Caíres” foi condenado pelo mesmo magistrado pelo crime de uso de falso documento público.
“Robinho” recorreu da decisão junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Bahia e conseguiu uma liminar, expedida pelo juiz especial Cássio Miranda (ouvidor do TRE), datada de 20 de julho de 2012, que permitiu o uso de propagandas eleitorais, enquanto não houvesse decisão definitiva quanto ao deferimento de sua candidatura.
Entretanto, o Tribunal Regional Eleitoral cassou a liminar e “Robinho” teria que retirar das ruas todas as propagandas eleitorais relacionadas à sua candidatura, fato não obedecido pelo mesmo, o que levou o juiz Ricardo Costa e Silva a se declarar vítima de desobediência e ameaça de morte, tendo a sua colega magistrada optado pela prisão preventiva do vereador. Na época da prisão, “Robinho Caíres” era presidente da Câmara Municipal de Itanhém e o seu vice assumiu o cargo.
Outra condenação
Quatro dias depois da sua prisão, no dia 25 de setembro de 2012, a então juíza substituta da comarca de Itanhém, Andréa Gomes Fernandes Beraldi, proferiu outra sentença condenatória em desfavor de “Robinho Caíres”. Desta vez, foi uma condenação sobre outro processo, cujo delito imputado a ele foi descrito no Artigo 339 do Código Penal Brasileiro por Dolo na Denunciação Caluniosa, em que o réu acusou o delegado Jorge Nascimento de recebimento de propina e foi condenado porque não havia conseguido anteriormente em instrução criminal provar a acusação em juízo.
Soltura
Nove dias depois da sua prisão, “Robinho Caíres” é solto da carceragem da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, para onde havia sido trazido, graças a um habeas corpus concedido pelo desembargador Jefferson Alves de Assis, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Ao retornar para casa em Itanhém, foi recebido com festa no trevo da cidade por uma multidão que lhe carregou nos braços até o centro, com faixas de apoio e com dizeres insultando o então juiz da cidade por processá-lo e persegui-lo. (Por Athylla Borborema).