Sindicato dos Policiais Civis pleiteia transferência de presos

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Teixeira de Freitas – O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), Marcos de Oliveira Maurício, esteve na 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin) na segunda-feira (17), quando concedeu entrevista acerca das principais dificuldades enfrentadas pelos policiais civis, que se espera sanar, destacando a superlotação da carceragem e o desvio de função.

Policiais civis da 8ª Coorpin com o presidente do SINDPOC.

O diretor do sindicato, Luís Henrique Ressurreição de Souza, Lula, comentou que um dos principais fatores que desencadeiam o baixo número de elucidação dos crimes é o desvio de função. “A demanda populacional de detentos é muito grande, a carceragem conta hoje com quase 90 presos. Lembrando que os presos da Justiça não podem ficar na delegacia”, destacou ele. Corroborando, Marcos trouxe o dado de que, além de ser já insuficiente o quantitativo da corporação, cerca de metade a 1/3 dela cumpre funções atípicas, principalmente em relação à custódia.

“Nós temos, hoje, um presídio que nos trouxe vários problemas, porque recebemos toda a demanda regional, o que nós queremos hoje é a retirada dos presos daqui das dependências da 8ª Coorpin e que sejam levados para o presídio; e que os custodiados que sejam de Eunápolis retornem ao presídio de lá”, comentou Lula. Cerca de 200 internos do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF) seriam transferidos para o Conjunto Penal de Eunápolis ainda neste ano, contudo, menos de ¼ deles foram para lá levados, o que obsta, até certo ponto, o recapeamento dos custodiados da justiça que estão na Depol para o CPTF.

O presidente do SINDPOC afirmou que o objetivo do sindicato é restabelecer a questão da atividade fim da Polícia Civil, que é a investigação criminal. “A Bahia é um dos Estados que mais investiu em segurança pública, mas é também um dos que apresenta mais alto índice de criminalidade, e isso por quê? Por conta da falta de estrutura, o emprego errado do efetivo”, disse Marcos, ressaltando que “o objetivo do sindicato agora é mudar a política organizacional das delegacias”, em algumas cidades do Estado já se conseguiu adequar a população carcerária ao estabelecido legalmente, posto que devem permanecer nas delegacias somente os presos temporários e em regime de flagrante.

A ideia inicial é pleitear apoio junto ao Ministério Público e Poder Judiciário para que os custodiados sejam transferidos ao CPTF, conquanto já se cogite ações mais drásticas, caso as necessidades não sejam atendidas. Por Raíssa Félix/Jornal Alerta.