Micro e pequenas empresas respondem por 70% dos empregos com carteira assinada no Brasil

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De cada 10 vagas de trabalho com carteira assinada no Brasil, sete estão em micro e pequenas empresas. A importância desses empreendimentos para o desenvolvimento da Bahia e do país foi o tema do programa Encontro com Gabrielli desta semana.

José Sérgio Gabrielli é o secretário do Planejamento do Governo da Bahia.

As micro e pequenas empresas se caracterizam por possuir de um a 99 empregados. Acima desse patamar, a empresa é considerada média ou grande. O campo de atuação das micro e pequenas empresas é predominantemente no comércio varejista, serviços pessoais, oficinas, atendimento, clínicas e escritórios, ou seja, nos setores e atividades que estão mais próximos do cotidiano dos cidadãos.

Entre janeiro e junho deste ano, no Brasil, as micro e pequenas empresas geraram, aproximadamente, 800 mil empregos, enquanto nas grandes o número foi de 250 mil. “Aqui na Bahia, as micro e pequenas empresas são ainda mais importantes”, ressalta o secretário do Planejamento, José Sérgio Gabrielli.

A observação é fundamentada em dados que apontam que este segmento, esse ano, teve uma diferença entre admitidos e desligados com carteira assinada na ordem de 18 mil empregos, enquanto que as médias e grandes empresas, por sua vez, abriram cerca de 200 novos postos de trabalho. Esses números não consideram as declarações enviadas fora do prazo.

“Em todo lugar do mundo, e aqui não é diferente, o bom desempenho das micro e pequenas empresas atinge de maneira positiva a renda e o consumo da população e seu crescimento é resultante do dinamismo desse mercado”, esclarece Gabrielli. “Pode parecer que o pequeno negócio de um parente ou amigo não está saindo do lugar e não está dando grandes lucros, mas é a maior atividade do país e do mundo”, acrescenta o economista.

Expansão – De acordo com dados da Junta Comercial, somente no mês de junho desse ano, mais de 2,7 mil empresas foram abertas no estado. Ao longo de 2012 foram 15,8 mil, não incluindo no somatório os empreendedores individuais. “A boa notícia é que essa expansão não está concentrada em poucas regiões, mas se espalha pelo Estado”, comemora o secretário.

O levantamento aponta ainda que 65% das empresas abertas na Bahia foram em cidades do interior e apenas 35% na região metropolitana. Para Gabrielli, esse número demonstra que a atividade econômica está sendo descentralizada, gerando emprego e renda e refletindo o bom desempenho no mercado interno.

Em contrapartida, muitas micro e pequenas empresas têm vida curta. A cada cinco empresas criadas, quatro quebram nos cinco primeiros anos de existência. Isso acontece, explica Gabrielli, porque os donos não conseguem gerenciar a empresa em etapas importantes do negócio, como a entrada no mercado, o processo de expansão e a consolidação da posição da empresa frente aos concorrentes.

“Muitos prejudicam o trabalho quando não separam a gestão dos gastos e dos investimentos, ou confundem as despesas pessoais com as despesas da empresa”, diagnostica Gabrielli. Para ele, há caminhos para o crescimento das pequenas e micro empresas, seja por associação com outras empresas ou por ampliação dos negócios para áreas onde se identifiquem boas oportunidades, seja recebendo investimentos de terceiros, o que pode ser através de empréstimos ou da inclusão de novos sócios.

“Muitos resistem a essa última opção pelo medo de fazer dívidas, mas as dívidas podem viabilizar a expansão e, consequentemente, a ampliação da atividade”, diz o economista. “Mas expandir não significa investir em qualquer coisa sem ter conhecimento. É preciso ter cuidado, pois no curto prazo pode dar a ilusão de crescimento, mas em geral leva à falência. Para crescer é muito importante também conquistar clientes e saber aplicar bem os recursos, sejam qualificações, financeiras ou técnicas”, aponta Gabrielli.