Polícia Militar deflagra greve na capital baiana

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Greve da PM.

Foi deflagrada, por policiais militares da capital baiana, greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (31) – os policiais são ligados à Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra-BA). Alojados na Assembleia Legislativa, eles afirmam permanecer no local até que suas reivindicações sejam apresentadas ao governador Jacques Wagner – que retorna ao Estado somente na quinta-feira (2).

A Aspra reivindica, conforme o sargento Fábio Britto, diretor jurídico da associação, o cumprimento do pagamento da Gratificação por Atividade de Polícia (GAP) IV e V, prevista na Lei 7.145, de 1997, que iriam compor a remuneração dos policiais, chamada de soldo, além de regulamentação do pagamento de auxílio acidente, periculosidade e insalubridade. Ele explica que a remuneração dos policiais militares fica, atualmente, em torno de R$ 2 300 – que corresponde à soma do valor do salário-mínimo com a GAP III. E informou em entrevista: “Também pedimos o cumprimento das Leis 12.505 e da 12.191, sancionadas por Dilma e Lula, respectivamente, que falam sobre a anistia aos policiais punidos que lutaram por melhorias salariais entre 1997 e 2001 e que não estão sendo cumpridas pelo governo do Estado”.

A deflagração instala um clima de insegurança na Bahia, embora o coronel Alfredo Castro, comandante-geral da PM, afirme que a corporação sequer reconhece a Aspra como entidade de classe, e que a rotina de reuniões semanais servia apenas para tratar acerca da inserção dos benefícios garantidos pendentes na remuneração dos servidores. Segundo ele, desde o ano passado, em novembro, se está estabelecendo um canal entre as associações – que representam legitimamente os policiais – a fim de que haja um diálogo com o governo.

Ainda segundo o comandante, o processo de regularização da GAP está sendo encaminhado através dessas reuniões. “Estamos trabalhando nesse sentido. O governo sempre esteve receptivo aos anseios da classe, direcionadas pelo comando da instituição. Temos certeza da sensibilidade do governador de trazer benefícios através do diálogo, não pela pressão e pelo terror. Estamos em um estado democrático de direito, mas não de anarquia. A instituição é forte e não deve ser fragmentada por ações isoladas”, acrescenta.

A normalidade nas atividades da PM são ratificadas pelo comando ainda, através de dados que comprovam a insuficiente representatividade da classe por parte da associação, que possui apenas 1.280 policiais filiados, pequena porcentagem do número total de policiais da corporação, sendo que seu presidente, Marcos Prisco, não pertence ao quadro da polícia – sendo indevida sua posição à frente do movimento.

Em entrevista – via celular –, o tenente-coronel Sérgio Barros Bispo, comandante do 13.° Batalhão de Polícia Militar, em Teixeira de Freitas, não quis comentar o levante, e apenas afirmou que o trabalho realizado pela PM na região não sofreu qualquer alteração e que esta “greve” refere-se apenas a uma decisão de um grupo isolado que sequer representa a corporação. Por Raíssa Félix / Jornal Alerta. Foto: Bocãonews.