IFBaiano inicia ano letivo até abril e não nega possibilidade de nova greve

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“A questão da reestruturação é fundamental para este campus, que possui uma estrutura já obsoleta, nós herdamos o prédio e equipamentos da Emarc, que funcionou mais de 30 anos sem uma reforma efetiva”

Os servidores do Instituto Federal Baiano (IFBaiano) passaram por um longo período de greve em 2011– foram cerca de 3 meses, de agosto a outubro, sem aulas. A greve, motivada por questões de cunho administrativo e técnico, não obteve, entretanto, resultados favoráveis aos servidores, que retornaram às atividades sem atendimento às reivindicações e com o ano letivo mais que comprometido.

Os alunos da instituição estudarão até 15 de março de 2012 para cumprir o ano letivo de 2011, e as aulas deste ano, de fato, só começarão na última semana de março ou primeira semana de abril. Somente aqueles matriculados nos cursos de Ensino à Distância (EaD) – Segurança no Trabalho, Logística e Serviço Público – cumprem o período regular, retornando aos estudos no mês de fevereiro, visto que os servidores desta modalidade não participaram da greve, conforme informou o diretor-geral substituto do IFBaiano, campus de Teixeira de Freitas, Josemar Rodrigues da Silva.

Reformulação do plano de carreira do professor, cumprimento de acordos salariais previstos para 2008, e reestruturação dos campi foram algumas das reivindicações feitas pelos grevistas. “A questão da reestruturação é fundamental para este campus, que possui uma estrutura já obsoleta, nós herdamos o prédio e equipamentos da Emarc, que funcionou mais de 30 anos sem uma reforma efetiva”, disse o diretor.

Para este ano letivo, haverá duas diferenças na instituição, o acréscimo de mais turmas de Ensino Integrado, e de subsequente em Florestas e em Agropecuária, e também aulas aos sábados. Conforme adiantou o diretor, salvo exceções, todos os sábados serão letivos, a fim de que se cumpra o ano letivo, que já começará demasiadamente prejudicado, cerca de um mês depois das escolas em geral.

Isto será suficiente, apenas se não houver nova greve, possibilidade que não foi descartada, visto que as reivindicações inda não foram atendidas pelo Governo Federal – que usou de coerção para o retorno às aulas em 2011, quando o Ministério da Educação divulgou ofício solicitando a volta dos servidores, sujeitos a terem os dias de greve descontado dos salários, a partir da oficialização deste documento. “Eu não sinto os servidores animados a enfrentar uma nova greve, até por conta do atraso das aulas, mas isto quem decide é o sindicato”, salientou Josemar. Por Raíssa Félix / Jornal Alerta